sábado, 27 de agosto de 2011

A UTOPIA DO 'PROJETO' FEMINISTA POR PODERES IGUAIS

SERÁ?
O projeto feminista não se realiza nem se realizará por vários motivos e todos eles óbvios e transparentes. O primeiro deles, estabelecida esta primazia aleatoriamente, posto que semelhe ao paradoxo da precedência do ovo à galinha ou da galinha ao ovo, é a sabotagem que o feminismo sofre por parte das mães quando estas esquecem o corporativismo feminino feito escudo social, para poderem, e o verbo é este mesmo e enfático, serem mães.
A mãe, feminista ou não, ensina à filha como se dar bem no mundo dos negócios amorosos, dizendo à jovenzinha que não dê ordens ao namorado, pois homens não gostam de mulheres mandonas. Por contrapartida, diz ao filho que ele não deve obedecer às tentativas de ordens daquela sua namoradinha e, enérgica, impõe ao garoto sua liderança inata ao indagar: afinal, você é ou não o homem nesta relação? Estabelece-se assim, os postos em que homens e mulheres devem permanecer na sociedade, consoante às ordens da mãe sabotadora: homens mandam, mulheres fingem que obedecem.
Há que se notar a crueldade da Mãe Natureza, que faz com que as mulheres eduquem e ensinem os homens a mandar e comandá-las. Daí que o movimento feminista tende, sempre que uma bandeira é hasteada, ao machismo, paradoxalmente. Logo, a mãe é machista quando deixa de fazer com que o filho aprenda de tudo um pouco, especialmente tarefas domésticas, por medo de que ele se torne afeminado. E o paradoxo realiza-se invisível e corporativamente, pois ela, a mãe, inibe talentos e cria no garoto, que um dia será homem, uma dependência de outras mulheres, que deverão sempre estar a cercá-lo e protegê-lo.
A contrapartida é, mais uma vez, a sabotagem ao feminismo, pois o homem ignorante das necessidades interiores de um lar fica livre para alargar seus horizontes, e aprender aquilo que, justamente, as mulheres destes nossos tempos tanto querem: aprender a lidar com o mundo.
Aquelas que escapam ao descontrole materno teriam no mercado de trabalho sua tábua de salvação, pois para vencê-lo ou dele arrancar uma vitória, é preciso não ser mulher e, consequentemente, não ser mãe. Talvez a agudeza, ou a obtusidade da oração escrita e lida acima, implore por alguma correção, que não será feita e assinada, pois todos os erros e acertos são partidários; não há o que possa tornar-nos imparciais quando o justo aponta para o sim e para o não ao mesmo tempo e com o mesmo dedo.
Vencer no mercado de trabalho, na visão megalômana dos pseudo consultores profissionais, é chegar a um posto de chefia. Todos aceitam esta idéia, mais por vaidade do que pela disposição inata de poder servir a seus iguais sendo líder. E para a mulher os obstáculos são impostos inclusive por ela mesma, a partir de suas desvantagens hormonais em relação ao homem.
É claro e certo que este texto não dará opinião contrária àquilo que toca a vontade de alguns em melhorar sua situação profissional, mas tendo como foco o projeto e o discurso feminista, chega-se à conclusão de que as feministas gritam por poderes iguais aos dos homens, não direitos.
Sempre que se ouve uma mulher dizendo e mostrando desigualdades sociais, é de se notar que os exemplos as mais das vezes referem-se a cargos de chefia, supervisão, gerência, ou à dificuldade de conquistar cargos em diretorias ou mesmo tornar-se presidente de médias e grandes empresas. Mas se esquece de comentar que em uma linha de produção, entre os funcionários de chão de fábrica, homens e mulheres trabalham lado a lado e com as mesmas desigualdades salariais e de oportunidades. Esquecem-se  de que há mulheres que cortam cana ou catam laranja, ganhando menos do que os homens pelo motivo óbvio de terem menos condição física. Mesmo assim, ainda são mulheres.
E o que pensam as feministas para que melhore a condição da mulher no nível produtivo do mercado de trabalho? Nada.
Ora, pessoas que assumem a dianteira de um projeto e discursam a respeito de poder e dinheiro sabem muito bem que toda aquisição de direitos traz consigo o ônus dos deveres. Logo, tendo poder, os deveres poderiam ser dados, ou empurrados para os homens.
O trabalho realizado todo ele em nível intelectual independe do sexo de seu condutor. Por sua vez, o trabalho braçal classifica, discerne, contrasta e elege superioridades sexuais. Sendo assim, o homem, por ter mais força física, tem mais oportunidades de promoção de cargos e salários.
Assim, está expressa a parte real de um problema insolúvel para as feministas, pois se optam por defenderem a tese do poder terão de confrontar-se com a administração dos problemas gerados pelas desigualdades (optando, certamente, pelo lucro advindo das capacidades e habilidades masculinas __ inatas, de produção); se optam pela tese dos direitos iguais, terão de abraçar uma causa que só se realiza utopicamente, isto é, igualar a capacidade produtiva de homens e mulheres.
Utopia, para aqueles que nunca entraram em uma fábrica, pode parecer um termo excessivo, mas não é. Vejamos: a cadeia produtiva ainda é baseada na coragem e na força dos mineiros; na transformação da matéria-prima baseada em cálculos feitos por profissionais capacitados em cursos universitários desprezados pelas mulheres; na manufatura processada utilizando-se de meios arcaicos e brutos e, finalmente, quando o produto está acabado é vendido, via de regra, acompanhado de um belo sorriso feminino. Logicamente, a cadeia apresentada está simplificada e, apresentada assim, classifica a mulher não só como não qualificada para participar do processo, mas acomodada em suas dificuldades. Estas instâncias foram escolhidas para evidenciar a participação imposta às mulheres. Imposta e aceita.
Eis o primeiro pilar de um possível projeto utópico do feminismo; conscientizar as mulheres de que elas podem trabalhar sem se tornar homens para igualar-se a eles profissionalmente, podendo menstruar, engravidar e tudo o mais que faz diferir uma dama de um cavalheiro sem que isso atrapalhe a condução de suas vidas profissionais.
O segundo e mais difícil é conscientizar os homens, fazer com que o ônus de uma gravidez seja dividido entre mães e pais e, mais que isso, socialmente, aumentando, por exemplo, o tempo de afastamento (licença-maternidade) de quatro meses para dois anos (este acompanhamento na primeira infância poderia de alguma forma, diminuir a delinqüência juvenil e, conseqüentemente, gastos públicos com centros promocionais de menores e que tais).
O terceiro e decisivo pilar a ser construído neste utópico projeto feminista para igualar direitos de homens e mulheres no mercado de trabalho é fomentar a utilização da tecnologia. Este é o único meio de igualar, em todos os níveis, a força de trabalho de homens e mulheres, independentemente dos postos de trabalho ocupados por estas e aqueles.
Certamente, outros problemas surgiriam, frutos tão comuns quanto necessários dos processos evolutivos, e as mulheres que assumissem os postos de comando e os operacionais teriam as mesmas mazelas e conflitos inerentes àqueles problemas para resolverem. Resolveriam atabalhoadamente como os homens, pois são elas que ensinam os homens a agirem. Talvez o melhor caminho para a mudança seja uma outra proposta já posta em curso: que os pais eduquem efetivamente os meninos, diferentemente dos pais de antanho, que entregavam seus varões às matronas indigentes em que se transformavam suas esposas e, anos mais tarde queriam, educados, verdadeiros heróis que lhes continuassem suas histórias fúteis e desnecessárias. Impossível. Já estava tudo perdido. Para homens e mulheres.

Um comentário:

Luciane Oliveira disse...

Básico, as maiores machistas são as mulheres... Que mulher que nunca ouviu de uma mãe, você tem que saber fazer o serviço de casa pra mandar... péra, pq a mulher e não o homem???
Agora uma análise que adorei foi quanto a igualdade no chão de fábrica... verdade, as desigualdades são iguais no chão de fábrica, mas as desigualdades são desiguais no corte da cana, pois as mulheres são obrigadas a usarem saias sobre suas calças, pois o corpo feminino, fruto do pecado, pode despertar a libido do homem...
Há muito a se dizer, a muito a discutir, mas deixarei os detalhes para uma beira uma mesa, sobre o refresco de uma bebida, para que possa haver uma abertura maior nas divagações...