Reza a lenda que constrói o mito, durante o discurso proferido durante a inauguração da Oficina de Intelectuais, Bixete Loira quis salvar a soirée e perguntou qualquer coisa ao benfeitor a respeito da onda de invasões de fazendas produtivas operacionalizada pela MÁFIA DOS SEM TERRA. BIXETE LOIRA, muito envolvida com tais e quais questões, imprimiu em sua questão um tom desafiador e, provocando discente e ingênua, olhos nos olhos, quero ver o que você nos diz.
__ Minha filha também é universitária e durante algum tempo, para me afrontar e demarcar seu território, digamos assim, apoiou abertamente este movimento cuja causa é pertinente e cujos meios utilizados para afirmá-la estão fora da lei. É necessário para que um jovem ingresse na vida adulta estabelecer credos próprios. Mas, aos jovens vindos da classe média alta algumas barreiras se interpõem neste caminho tão mais fácil do que aquele dos jovens oriundos das classes menos favorecidas. Jovens pobres ingressam na vida adulta assim que nascem, não têm infância por precisarem trabalhar desde sempre. Aos jovens ricos e abastados parece ser necessário ter uma causa em que se apoiar. E o que vejo, para encurtar minha resposta é o seguinte: enquanto os sem terra montam suas barracas e trabalham em seus arados sulcando terras alheias, jovens universitários aproveitam suas férias e feriados longos para militar. Quando sentem falta do ar condicionado de seus laboratórios, abandonam a causa e deixam os trabalhadores fazerem sua parte, que é invadir terras e apanhar da polícia. Resumindo, enquanto os camponeses peidam de tanto fazer força, os universitários engajados correm para os microfones da imprensa mostrar seus rostinhos bonitos, divulgar a causa e declarar: eles peidaram, ele peidaram!
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